domingo, 5 de abril de 2020

COVID-19 - Medidas dos países/cidades da UCCLA

Há mais de 40 mil mortos e mais de 830 mil pessoas infetadas nos vários países, até ao dia de hoje!. Uma triste realidade que marca o início do ano 2020 - o tão desejado ano da mudança, como muitos diziam! -, reflexo do COVID-19 que assola sociedades inteiras e deixa uma rasto de morte. Face ao confinamento obrigatório, a UCCLA sempre atenta às suas cidades/regiões e empresas não poderia deixar de disponibilizar toda a informação útil sobre as medidas que os governos dos diversos países (onde existem cidades/regiões e empresas UCCLA) estão a tomar e quais os dados prementes e necessários nesta altura.

sábado, 1 de julho de 2017

PORTUGAL: Carlos Carreiras sobre SIRESP: “Não servem, vão à vossa vida”

SIRESP é “consórcio de falidos” e foi “o pai de todos os falhanços” na tragédia de Pedrogão Grande”. Num artigo de opinião, o coordenador autárquico do PSD defende que a António Costa não resta outra solução que não seja rescindir com o atual sistema das redes de emergência.

28.06.2017 às 10h14

Carlos Carreira | Foto: Mário Cruz - Lusa
Num artigo de opinião onde acusa o Governo de “não ter encontrado ainda um rumo para gerir a crise” provocada pelos incêndios de Pedrógão Grande, o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, é particularmente duro com o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que considera, neste contexto, “o pai de todos os falhanços”.

“Haja coragem para fazer o que tem de ser feito”, escreve o também presidente da Câmara de Cascais no jornal “i” esta quarta-feira, defendendo que ao primeiro-ministro não resta outra solução que não seja rescindir com aquele que é, afirma, “um consórcio de falidos”, “especialistas em criar buracos”, “uma daquelas ruinosas PPP em que o Estado nos enfia de tempos a tempos”.

“Talvez a pior delas”, sublinha Carreiras, ao apontar o dedo ao SIRESP como “um clássico”, no sentido em que “o lucro fica do lado dos privados”, sobrando “um sistema pelo qual os portugueses pagaram (pagam?!) centenas de milhões de euros, mas que deixa de dar resposta nas condições extremas para as quais, em tese, foi criado”.

No artigo, o social-democrata critica também “a falta de ação e vigor político na resposta ao terror dos fogos” por parte do Executivo, que em sua opinião, e em matéria de comunicação, “cometeu um erro de palmatória” ao tentar “maquilhar a catástrofe”.

“Tudo o que podia correr mal, correu, de facto, muito mal”, escreve Carlos Carreiras, dando exemplos: “apoio tardio”, falta de socorro, “fracasso nas comunicações”, “pânico generalizado” ...

“Onze dias depois da tragédia, continuamos sem saber o que se passou”, condena Carreiras, para quem “nenhuma pergunta pode ficar sem resposta”. “Doa a quem doer, a verdade tem de ser conhecida, e quem não a promover não serve para assumir responsabilidades”, defende.

Fonte: Expresso 
http://expresso.sapo.pt/politica/2017-06-28-Carlos-Carreiras-sobre-SIRESP-Nao-servem-vao-a-vossa-vida 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

PORTUGAL: INCÊNDIO EM PEDROGÃO GRANDE PROVOCA PERDAS E DANOS AVULTADOS

Fonte: http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article125606&ak=1



















A tragédia que está em curso em Portugal, decorrente de incêndios florestais que, anualmente, ocorrem com dimensão inquietante, tem como referência Pedrogão, pelas consequências que teve a nível do número de mortos e feridos.


A intervenção no combate a esse, como aos restantes fogos, mais de uma centena no total, realizada por intermédio dos diversos serviços e operacionais, em particular a Proteção Civil, GNR e Militares...apoiados por milhares de residentes locais, os que mais diretamente sofrem as consequências dessa catástrofe, foi e está sendo notável, contando, inclusive, com apoio aéreo de países amigos.

A questão, senão a mais importante, mas decerto de importância fundamental e decisiva para prevenir este tipo de catástrofe, conjugada com outras devidamente equacionadas, realistas e operativas, tem sido debatida, é conhecida, mas não conhece soluções que a prática revele eficazes. Porquê? é uma questão complexa, mas que urge resolver ou, no mínimo, melhorar. 

Trata-se, não da composição da floresta, a floresta que temos, com as espécies que a integram, é a nossa floresta, a que foi instalada e resulta da conjugação de fatores diversos, desde a dimensão da propriedade, da aptidão dos solos e do clima, da procura existente por parte das indústrias florestais instaladas no país e, até, da tradição da nossa história florestal...não reside aí o problema...essa é a matriz sobre a qual temos que intervir, ser competentes, elaborar medidas e possuir à vontade politica para levar à prática soluções adequadas.

Trata-se bem mais de fazer cumprir as medidas de prevenção de incêndios florestais em particular, a de limpeza de matos, sobretudo em situações de monocultura, (é enorme a carga de vegetação combustível) ... limpezas que junto às casas deve ser assegurada numa área adequada de segurança, que deve ser respeitada e garantida, devendo tudo isto ser objeto de fiscalização e de obrigatoriedade.

Trata-se, ainda de dispor de uma rede de aceiros e de acessos em zonas florestais contínuas (os pequenos proprietários deviam ser apoiados e conduzidos à criação de polígonos florestas com planos de gestão que incluam a rede viária).

Trata-se, igualmente, de dispor de um sistema de vigilância (já instalado com a cobertura de largas áreas).

Trata-se, ainda, por ser da maior importância, a necessidade de colocar os meios disponíveis na primeira intervenção, para por cobro no início ao fogo, tornando determinante a primeira intervenção como condição maior para evitar a propagação e a expansão incontrolada do fogo. Trata-se, repita-se, de assegurar total eficácia na primeira intervenção, associando à mesma todos os meios necessários, aéreos inclusive, para que a mesma seja eficaz e apague esse fogo inicial, cuja propagação em áreas imensas acontece quando tal não foi feito.

Acreditamos que, estas e outras medidas, corretamente pensadas, de acordo com a realidade existente, poderão contribuir de forma decisiva para que este tipo de catástrofe, ainda que sempre possa ocorrer, seja minimizada e as consequências em perdas de vidas e valores seja, sempre, a menor.


Autor: Renato Costa
Coordenador da Rede Temática Proteção Civil
União das Cidade Capitais de Língua Portuguesa

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

ITÁLIA: SISMO DESTRUIDOR QUE VITIMOU MUITAS PESSOAS

A natureza manifesta-se, frequentemente, de forma imprevisível, mediante fenómenos diversos, muitos dos quais se traduzem em catástrofes de grande dimensão, deixando a sua marca na dor, na destruição e na insegurança, reveladoras das dificuldades do homem prever, combater e mesmo minimizar os seus efeitos. 

São disso exemplo os sismos/terramotos, como foi o caso do sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter que sacudiu o centro de Itália na madrugada desta quarta-feira.

De acordo com as notícias veículadas por orgãos de informação, foi divulgado que Amatrice e Accumoli são as localidades mais afetadas na região central de Itália e..."que há pelo menos 73 vítimas mortais... Trata-se, no entanto, de um balanço provisório: o número de vítimas "sobre de hora a hora", lamentou o ministro italiano das Infraestruturas, Graziano Delrio,..."..."e há várias dezenas de desaparecidos e muitas crianças perderam a vida".

"O terramoto, que ocorreu às 03:36 (02:36 em Lisboa), a sudeste de Norcia, cidade da província de Perugia, na região da Umbria, teve o epicentro a dez quilómetros de profundidade, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitoriza a actividade sísmica mundial. O sismo foi seguido de diversas réplicas de 5,5 e 4,6 e 4,3, perto de Amatrice e de Norcia, e a principal, de 6, sentiu-se em Roma, a aproximadamente 150 quilómetros de distância. Há relatos de que o abalo tenha sido sentido desde Rimini, no centro norte, até Nápoles, no sul de Itália. Mais de uma centena de réplicas foram registadas até às primeiras horas da manhã. O cenário é desolador na região: casas completamente arrasadas, localidades inteiras soterradas nos escombros."

Este sismo que ocorreu na Europa, poderia ter tido lugar em Lisboa, na América do Sul ou do Norte, ou em África, como foi o caso recente da ilha do Fogo...poderia ocorrer em qualquer cidade  que se localize onde o posicionamento das placas tectónicas, seja favorável a tal ocorrência, pois é nestas áreas que existe a maior incidência de tremores de terra, sobretudo quando há o choque entre uma placa e a outra.
"As zonas sísmicas, por definição, podem ser entendidas como as áreas onde acontecem os terremotos com maior frequência, isto é, as regiões do planeta mais geologicamente instáveis e mais susceptíveis à acção dos agentes internos ou endógenos de transformação do relevo."
  
São estas situações de risco potencial conhecido, que colocam a necessidade de se fazer o melhor para que os serviços de Protecção Civil de cada país, em particular os mais expostos, se organizem mediante formação do seu corpo operacional, se apetrechem com meios adequados, realizem acções de divulgação dirigidas às populações, em particular nas escolas, acções que se inscrevam num programa que tenha suporte politico e assim possam existir condições efectivas para minimizar  os efeitos de catástrofes como a referida.


Por: Renato Costa

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

FLORESTAS, FOGOS, MIOPIA

Todos os anos, milhares de hectares da floresta portuguesa ardem. Portugal não tem uma visão e não implementa uma política adequada à dimensão e importância do seu património florestal. Tem vindo a destruir serviços cuja competência na área florestal era, ainda, mesmo que com escassez de meios, uma garantia e um suporte na protecção e gestão destes recursos. Nesta visão míope e incompetente se inscrevem, quer a ausência de uma política florestal que tenha em conta a valorização e a sustentabilidade da floresta portuguesa, quer a extinção dos Serviços Florestais, serviços com um passado, experiência e saber, como era o caso do seu corpo de guardas florestais. Este erro está patente, em particular, no abandono da limpeza das florestas, na ausência de uma rede viária florestal que assegure a sua compartimentação (muitas zonas não permitem o acesso das viaturas dos bombeiros), na perda da rede de vigilância e intervenção permanente, rápida e decisiva, que, na pessoa dos mestres florestais, enquadrados por engenheiros silvicultores, era assegurada. Hoje, os fogos iniciam-se, frequentemente, em zonas inacessíveis, o combate inicia-se tardiamente, com pessoal, meios e condições que conduzem à catástrofe que se conhece, sendo que se criaram, sim, condições favoráveis à ocorrência de incêndios florestais e à fragilidade do seu combate. Sem uma política florestal adequada à floresta portuguesa, sem planeamento e ordenamento florestal, sem instituições, meios e corpo técnico competente, o quadro de fogos, áreas ardidas e perdas associadas, a que assistimos nestes últimos anos, continuará.

Autor: Renato Costa