terça-feira, 23 de setembro de 2014

PORTUGAL | CÂMARA DE LISBOA DIZ QUE NÃO FOI ALERTADA PARA TANTA CHUVA

Autarquia não estava à espera de tanta chuva em tão pouco tempo e queixa-se de não ter sido devidamente avisada sobre este cenário. Várias zonas da capital ficaram alagadas e os bombeiros responderam a mais de uma centena de ocorrências. Comerciantes dizem que a situação se agravou porque as sarjetas estavam todas entupidas e que já deviam ter sido limpas. O vereador da Protecção Civil da Câmara de Lisboa, Carlos Manuel Castro, e o director da Protecção Civil Municipal, Manuel Ribeiro, dizem que não receberam os avisos necessários por parte da Protecção Civil Nacional para prevenir as consequências das fortes chuvadas que ao início da tarde desta segunda-feira caíram na capital. Manuel Ribeiro diz que tiveram de "actuar no terreno", não "tendo sido possível prevenir" a situação porque os "alertas" não foram feitos a tempo e horas. O pico da preia-mar às 15h15 é outra das explicações invocadas pelos dois responsáveis pela Protecção Civil Municipal para a situação de caos que se viveu na Baixa, Avenida da Liberdade, Praça de Espanha e outras zonas da cidade. Vários comerciantes da Baixa dizem que a situação se agravou porque as sarjetas estavam todas entupidas e que já deviam ter sido limpas no final de um mês de Setembro em que se registou uma precipitação anormalmente elevada. No site da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), o último aviso disponível tem data de 18 de Setembro e alerta para fortes condições de instabilidade climatérica em todo o território continental nas 24 horas seguintes. De então para cá não foi colocado mais nenhum comunicado nem feito qualquer alerta específico para esta segunda-feira na zona de Lisboa. Miguel Cruz, da ANPC, diz ao Expresso que o aviso de dia 18 "ainda continua disponível na medida em que as medidas de prevenção continuam atuais". Miguel Cruz disse ainda que o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera "emitiu vários avisos" durante esta segunda-feira e que todos "os alertas emitidos, um de nível amarelo às 9h e outro de nível laranja às 15h19, foram remetidos para os serviços municipais de Protecção Civil de todo o país". O maior pico de chuva ocorreu depois das 13h30. Os Sapadores de Lisboa registaram "156 ocorrências, 121 das quais relativas a inundações que aconteceram na cidade de Lisboa a partir das 14h00".  No seu site, o IPMA tem um alerta laranja para Lisboa [e outros quatro distritos do Continente], que se estende até às 21h desta segunda-feira.

Fonte: Expresso, 22 Setembro 2014

1 comentário:

  1. Na verdade, e muito provavelmente, as razões / causas da situação ocorrida são as mencionadas pelas diversas fontes e responsáveis, procurando, mais do que explicar, justificar a dimensão das consequências de "tanta chuva". Parece que esta ocorrência pode acontecer, que deve ser prevista, ainda que a sua probabilidade possa ser pequena...porquanto é certo que aconteceu e pode voltar a acontecer. Então que medidas se podem tomar, já que os alertas previnem mas não resovlvem todos os problemas. São um elemento importantes, em particular porque são um aviso e um alerta para os cidadãos/comerciantes e residentes em zonas vulneráveis, tendo em conta que a coincidência das chuvas com a preia-mar escapa ao controle humano...mas há outras coisas que se poderão acautelar. Planear e intervir, em tempo útil, nas infraeestruturas que são fundamentais para o escoamento rápido das águas em situações idênticas não pode deixar de ser uma prendizagem e um guião para o futuro, e outras questões hverá que os técnicos e responsáveis poderão equacionar para que, o que se passou, não volte a acontecer com dimensão idêntica.

    ResponderEliminar