sábado, 1 de julho de 2017

PORTUGAL: Carlos Carreiras sobre SIRESP: “Não servem, vão à vossa vida”

SIRESP é “consórcio de falidos” e foi “o pai de todos os falhanços” na tragédia de Pedrogão Grande”. Num artigo de opinião, o coordenador autárquico do PSD defende que a António Costa não resta outra solução que não seja rescindir com o atual sistema das redes de emergência.

28.06.2017 às 10h14

Carlos Carreira | Foto: Mário Cruz - Lusa
Num artigo de opinião onde acusa o Governo de “não ter encontrado ainda um rumo para gerir a crise” provocada pelos incêndios de Pedrógão Grande, o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, é particularmente duro com o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que considera, neste contexto, “o pai de todos os falhanços”.

“Haja coragem para fazer o que tem de ser feito”, escreve o também presidente da Câmara de Cascais no jornal “i” esta quarta-feira, defendendo que ao primeiro-ministro não resta outra solução que não seja rescindir com aquele que é, afirma, “um consórcio de falidos”, “especialistas em criar buracos”, “uma daquelas ruinosas PPP em que o Estado nos enfia de tempos a tempos”.

“Talvez a pior delas”, sublinha Carreiras, ao apontar o dedo ao SIRESP como “um clássico”, no sentido em que “o lucro fica do lado dos privados”, sobrando “um sistema pelo qual os portugueses pagaram (pagam?!) centenas de milhões de euros, mas que deixa de dar resposta nas condições extremas para as quais, em tese, foi criado”.

No artigo, o social-democrata critica também “a falta de ação e vigor político na resposta ao terror dos fogos” por parte do Executivo, que em sua opinião, e em matéria de comunicação, “cometeu um erro de palmatória” ao tentar “maquilhar a catástrofe”.

“Tudo o que podia correr mal, correu, de facto, muito mal”, escreve Carlos Carreiras, dando exemplos: “apoio tardio”, falta de socorro, “fracasso nas comunicações”, “pânico generalizado” ...

“Onze dias depois da tragédia, continuamos sem saber o que se passou”, condena Carreiras, para quem “nenhuma pergunta pode ficar sem resposta”. “Doa a quem doer, a verdade tem de ser conhecida, e quem não a promover não serve para assumir responsabilidades”, defende.

Fonte: Expresso 
http://expresso.sapo.pt/politica/2017-06-28-Carlos-Carreiras-sobre-SIRESP-Nao-servem-vao-a-vossa-vida 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

PORTUGAL: INCÊNDIO EM PEDROGÃO GRANDE PROVOCA PERDAS E DANOS AVULTADOS

Fonte: http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article125606&ak=1



















A tragédia que está em curso em Portugal, decorrente de incêndios florestais que, anualmente, ocorrem com dimensão inquietante, tem como referência Pedrogão, pelas consequências que teve a nível do número de mortos e feridos.


A intervenção no combate a esse, como aos restantes fogos, mais de uma centena no total, realizada por intermédio dos diversos serviços e operacionais, em particular a Proteção Civil, GNR e Militares...apoiados por milhares de residentes locais, os que mais diretamente sofrem as consequências dessa catástrofe, foi e está sendo notável, contando, inclusive, com apoio aéreo de países amigos.

A questão, senão a mais importante, mas decerto de importância fundamental e decisiva para prevenir este tipo de catástrofe, conjugada com outras devidamente equacionadas, realistas e operativas, tem sido debatida, é conhecida, mas não conhece soluções que a prática revele eficazes. Porquê? é uma questão complexa, mas que urge resolver ou, no mínimo, melhorar. 

Trata-se, não da composição da floresta, a floresta que temos, com as espécies que a integram, é a nossa floresta, a que foi instalada e resulta da conjugação de fatores diversos, desde a dimensão da propriedade, da aptidão dos solos e do clima, da procura existente por parte das indústrias florestais instaladas no país e, até, da tradição da nossa história florestal...não reside aí o problema...essa é a matriz sobre a qual temos que intervir, ser competentes, elaborar medidas e possuir à vontade politica para levar à prática soluções adequadas.

Trata-se bem mais de fazer cumprir as medidas de prevenção de incêndios florestais em particular, a de limpeza de matos, sobretudo em situações de monocultura, (é enorme a carga de vegetação combustível) ... limpezas que junto às casas deve ser assegurada numa área adequada de segurança, que deve ser respeitada e garantida, devendo tudo isto ser objeto de fiscalização e de obrigatoriedade.

Trata-se, ainda de dispor de uma rede de aceiros e de acessos em zonas florestais contínuas (os pequenos proprietários deviam ser apoiados e conduzidos à criação de polígonos florestas com planos de gestão que incluam a rede viária).

Trata-se, igualmente, de dispor de um sistema de vigilância (já instalado com a cobertura de largas áreas).

Trata-se, ainda, por ser da maior importância, a necessidade de colocar os meios disponíveis na primeira intervenção, para por cobro no início ao fogo, tornando determinante a primeira intervenção como condição maior para evitar a propagação e a expansão incontrolada do fogo. Trata-se, repita-se, de assegurar total eficácia na primeira intervenção, associando à mesma todos os meios necessários, aéreos inclusive, para que a mesma seja eficaz e apague esse fogo inicial, cuja propagação em áreas imensas acontece quando tal não foi feito.

Acreditamos que, estas e outras medidas, corretamente pensadas, de acordo com a realidade existente, poderão contribuir de forma decisiva para que este tipo de catástrofe, ainda que sempre possa ocorrer, seja minimizada e as consequências em perdas de vidas e valores seja, sempre, a menor.


Autor: Renato Costa
Coordenador da Rede Temática Proteção Civil
União das Cidade Capitais de Língua Portuguesa